30 de maio de 2010

Passe de Dunga está valorizado

Com certeza foi uma das melhores aplicações do planeta. Quanto valia o técnico Dunga ao assumir a seleção brasileira? Ex-jogador, havia comentado a Copa do Mundo de 2006 para um canal de TV a cabo. Depois, com o fracasso de Parreira e seu quarteto mágico, veio o convite de Ricardo Teixeira. E Dunga aceitou.


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Recebe um salário que não condiz com a importância do cargo: R$ 150 mil mensais. Suas ações mais subiram do que caíram. Ganhou Copa América. Perdeu Olimpíada. Mas classificou o Brasil em primeiro lugar nas eliminatórias. E ganhou a Copa das Confederações. Seu passe ficou estratosférico. Virou um técnico top.

Com a ida de José Mourinho para o Real Madrid, Dunga foi citado como um dos possíveis contratados pela Inter de Milão. Disputa vaga com Fábio Capello, treinador da Inglaterra.

Na África, Dunga é visto com muito respeito. Não sai dos noticiários esportivos da televisão e das capas de jornais. Jornalistas italianos e japoneses já assediam o brasileiro. Quanto vale Dunga agora?

O fato de já estar resolvido financeiramente o faz pensar melhor sobre o próximo passo depois do Mundial. Ele sabe que está valorizado. Seu sonho sempre foi trabalhar no futebol italiano como treinador. Poderia fazer como Sebastião Lazaroni e fechar contrato antes da Copa com uma equipe de ponta na Europa – em 1990, o técnico disputou o Mundial já contratado pelo Fiorentina.

Dunga só não toma essa atitude porque está ficando animado com o clima de Copa do Mundo aqui na África. E com o assédio da própria seleção brasileira. Está implícito que, se o Brasil for hexa, ele continuará como técnico da seleção. Ele sabe que é simples assim. Teria um aumento enorme e mais quatro anos de tranquilidade. País-sede da Copa não disputa Eliminatórias.

Ricardo Teixeira não poderia estar mais satisfeito com um técnico. Dunga é tão leal quanto Parreira, mas vai além. Ele é duro, enfrenta a imprensa. Cortou a zona mista de entrevistas, onde os jogadores passavam depois de treinos e jogos para falar com os jornalistas. Os atletas não gostam desse assédio, do contato tão próximo. Dunga resolveu ouvir suas opiniões e não há entrevistas na tal zona mista.

Os jogadores gostaram, o enxergam como um dos raros personagens com coragem para enfrentar os jornalistas. Provavelmente, durante a Copa do Mundo, haverá dias em que o treinamento será inteiro fechado. Por decisão de Dunga, que já deixou o recado à imprensa e à torcida.

- Sou uma pessoa séria e quero que o trabalho seja sério. Que haja respeito a todos. O Brasil tem uma filosofia de trabalho e a está seguindo à risca. O nosso segredo é esse: estamos eu e os meus jogadores trabalhando com alegria. Sem disciplina não pode haver bom futebol. Eu prezo demais o meu trabalho. Sou feliz dirigindo a seleção brasileira.

Pode estar feliz, mas não é nada bobo. Percebe que o assédio sobre ele só cresce. Está muito valorizado fora do Brasil. Mas sabe que tudo pode mudar, dependendo de como for o Brasil no Mundial. Se for mal e for logo eliminado, ele volta a valer muito menos do que hoje. Se ganhar a Copa, seu preço dispara, mas ele está disposto a continuar na seleção se ganhar.
- Meu destino pertence ao doutor Ricardo. Não sei se vai me querer na seleção depois da competição. Meu destino depende dele.

O momento agora é de se concentrar no Mundial e dar um salto ainda maior no mercado. Quem diria...

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