Os asiáticos precisavam apenas do empate para avançar em Rustemburgo. Por isso a Dinamarca partiu para cima nos primeiros minutos. Mas perigo que é bom, só em um arremate de primeira de Krouldrup, para fora, após cobrança de escanteio. Os japoneses buscavam os contra-ataques sempre preocupados com a defesa. Tanto que chegavam a ter até três jogadores marcando um adversário.
Outra tática nipônica era ganhar tempo. Mas eles eram tão descarados que Endo e Nagamoto levaram cartões amarelos por cera, em cobraças de lateral e falta, respectivamente. Isso tudo com menos da metade da primeira etapa.
Mas os japoneses perceberam que não precisavam apenas defender. Na velha tática de guerra que diz que a defesa é o melhor ataque, aos 12 minutos Okubo cruzou, Hasebe tocou com a ponta do pé e Sorensen salvou com o joelho. Logo depois, Hesebe apareceu pela direita como um raio e soltou um foguete para fora, com muito perigo. A Dinamarca respondeu com um chute cruzado de Tomasson, que raspou a trave esquerda de Kawashima.
Mas aos 17, o Japão descobriu a bola parada. Falta de longe, pela meia direita. O lourinho Honda bateu de canhota, Sorensen pulou atrasado e a bola morreu no fundo do canto esquerdo. Não teve nem como culpar a Jabulani.
Se já estava bom empatando, vencendo era melhor ainda. Os vikings tentaram reagir, mas seu incipiente ataque esbarrava na sólida defesa nipônica. Quando a zaga não comparecia, Kawashima resolvia, como no lance em que saiu do gol para espalmar um toque de Tomasson.
O Japão abdicou do ataque e se segurava na defesa sem problemas. O time de Takeshi Okada mostrava disciplina tática invejável. Mas é claro que isso só não basta, senão era só mandar para as Copas do Mundo times formados no exército. Como a outrora Dinamáquina não ameaçava, porque não atacar? Aos 29 minutos, falta frontal. O goleiro Sorensen esperava pela batida de Honda, mas quem acertou um belo chute no canto esquerdo foi Endo. Japão 2 x 0.
Os japoneses perceberam que a Dinamarca não era lá essas coisas e passaram a atacar mais, principalmente pela direita, ponto fraco da defesa nórdica. A coisa tava tão feia que o técnico Morten Olsen nem esperou o intevalo para tirar o camisa 10 Jorgensen e colocar em jogo Jakob Poulsen. O Japão seguia na boa e Honda quase acertou um voleio. Komano avançou pela direita, com velocidade e bateu forte para Sorensen tocar para escanteio.
A Dinamarca tentou se lançar para o ataque na etapa final. Mas Sorensen mostrou que deve ter algum trauma com faltas. Em cobrança de Endo, o goleirão quase foi encoberto. A bola ainda tocou na trave e sobrou para Honda, isolar.
Aos trancos e barrancos os europeus tentavam achar um gol. Kahlenberg, sem jeito, bateu para fora da pequena área. Logo depis, Tomasson dividiu com o goleiro e Hasebe botou para escanteio. Jakob Pouslen bateu de longe e Kawashima espalmou. Mas o lance que simboliza bem a participação da Dinamarca na Copa do Mundo foi a furada de Tomasson, aos 24 minutos.
Mesmo perdendo, os dinamarqueses não se entregavam. Larsen acertou o travessão ao acertar um chute de virada, de fora da área. O esforço foi recompensado quando Hasebe derrubou Agger na área. Tomasson bateu, Kawashima espalou para frente e o camisa nove empurrou para as redes, aos 35 minutos. Foi o 52º gol dele, se tornando o maior artilheiro da história da seleção de seu país.
Aos 42, com a defesa dinamarquesa escancarada, Honda fez bela jogada, deu um drible desconsertante em Simon Poulsen, se livrou de Sorensen e rolou para Okazaki apenas empurrar para as redes. Japão 3 x 1. No final, Honda ainda quase marcou outro, ao chutar para fora. Seria o coroamento de uma grande atuação. Não precisava.
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